sábado, 5 de março de 2011

A preparação das madeiras


Agora com o projeto na mão, iniciei pra valer a execução da barca, e como primeira providência prática analisei cuidadosamente as folhas de compensado compradas.

Primeiramente aprendi que a melhor maneira de fazer marcações facilmente retiráveis é utilizar giz escolar, aquele do tempo em que as lousas eram uma parede pintada de verde, e ao apagar os escritos ficava um pó danado, não confunda com giz de cera!

Com uma caixinha de giz, defini por detalhes que explicarei mais adiante, que as marcações de defeitos seriam feitas na cor azul. Marquei todos os defeitos com o giz, sempre olhando as pranchas sob luz solar, foram identificados o número da placa sua frente e seu verso, que posteriormente foram fotografados.

Como falei as placas têm frente e verso, a frente é de material mais homogêneo em sua cor e desenho, o que não representa necessariamente que todas as placas têm texturas semelhantes, como será visto mais adiante. Abaixo coloco umas fotos das frentes e versos das placas, observe que os versos tendem a ter folhas de tonalidade muito distinta, manchas maiores, ou seja nada homogêneas o que obviamente empobrece a aparência do futuro barco.

Frentes


Versos

 
Podem ser vistas as marcações em azul, e alguma coisa das texturas das madeiras, entretanto ainda assim o contraste não é bom, por isso transformei as fotos coloridas em P&B que permite um controle do contraste excelente para este caso.

Frentes em PB


 



Versos em PB


Como podemos ver nas fotos, com o contraste melhor, saltam na imagem as marcações azuis dos defeitos das placas, e as diferenças de tons ficam ainda mais evidentes, facilitando a próxima etapa.

Agora com a clareza de onde estão os defeitos e como são as texturas das placas, consegui planejar a melhor forma de colocar os defeitos o mais longe o possível da parte que irei aproveitar, e casar placas com mesma textura evitando que metade da frente do barco seja cheia de veios e texturas, e a outra metade seja praticamente lisa. Tentei casar a proa e a popa com as placas de textura mais evidenciada, deixando as de textura mais homogênea no centro do barco, essa estratégia é por que as texturas tendem a deixar um pouco mais frágil a madeira, sendo o  centro do barco a parte que receberá as maiores cargas, deixei para ele a madeira mais "nobre", talvez tudo isso seja apenas viagem minha mas…

Feita a escolha do posicionamento das placas, terminei essa etapa. Não vi em nenhum outro site esse tipo de preparação provavelmente por que eles conseguem comprar material muito mais homogêneo do que o disponível para nós.


Para melhor conhecer sobre algumas caracteristicas dos compensados, visite (http://policat-marcosvela.blogspot.com/)